Digitais Unisinos: Cinemas falham em abastecer a região

Apenas oito das 33 cidades da área metropolitana de Porto Alegre têm cinema

Fonte: freeimages.com

O Brasil encerrou 2013 com 2.679 salas de cinema distribuídas pelo país, e uma densidade de 75.040 habitantes por sala, segundo dados da ANCINE. Apesar dos números terem crescido, ainda falta muito para que o parque cinematográfico brasileiro se aproxime dos de países como a vizinha Argentina, com densidade de aproximadamente 50 mil habitantes por sala, ou do México, que sustenta pouco mais de 20 mil habitantes por sala.

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A distribuição das salas de cinema no Brasil também assusta: apenas 7% das cidades têm cinema. A maior concentração é na região sudeste, que abriga mais cinemas do que todas as outras regiões juntas. A região sul é a segunda mais bem provida de cinemas do Brasil, com 454 salas.

A falta de cinemas e a concentração dos que existem se reflete na região metropolitana de Porto Alegre. Composta por 33 municípios e mais de 4 milhões de habitantes, a área conta com 88 salas no total, sendo 65 delas em Porto Alegre. As restantes estão distribuídas em apenas oito cidades. A falta de cinemas e, muitas vezes, de opção de filmes, faz com que a população tenha que se deslocar para assistir a uma produção ou apelar à pirataria para conhecer os lançamentos fora do circuito comercial.

A relação preço x qualidade é outro fator que pesa na escolha de ficar em casa ou procurar outro local para consumir cinema. O cineasta e cinéfilo Ulisses da Motta Costa (ouça os áudios abaixo) conta que problemas como projeções ajustadas erroneamente à tela e som estéreo, em lugar do 5.1 propagandeado, fazem parte do cotidiano dos cinemas da região.

Outro fator que limita a escolha do espectador é a diminuição de oferta de sessões legendadas, que normalmente aparecem apenas após as 21h. Em Canoas, por exemplo, elas foram extintas. Ulisses afirma que esse aumento do número de sessões dubladas é uma tentativa de popularização dos cinemas.